sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Você sabe bater palmas inclusivas?

O World Usability Day começou com workshops, optei pelo de "Apreensibilidade de Informações Textuais" por Stefan Martins. Acho interessante essa relação Humano-Texto. Tanto pela ótica da legibilidade por conta da tipografia, quanto pelo lado da apreensibilidade, uma vez que descobri que os "surdos tem dificuldade para ler". Sim, eles conseguem ver, mas muitas vezes não sabem o português, afinal "LIBRAS também é uma língua oficial no Brasil".


O workshop, com uma boa dose de work, defendeu o papel da apreensibilidade no contexto da usabilidade. Aprendemos técnicas para estimar a complexidade de um texto, assim é possível determinar a dificuldade para compreendê-lo.

Seguindo com o evento, tivemos o painel "Projetando para todos", com a participação de MAQ (Bengala Legal), Carla Mauch (Mais Diferenças) e Neivaldo Zovico (Acessibilidade para Surdos). Toda vez que vejo uma discussão inclusiva tenho o pressentimento que acessibilidade irá bombar fortemente em breve.

Conferência durante o World Usability Day
O igual e homogêneo empobrece. Foto por @elisavolpato.

A Carla falou muito sobre as adaptações que fazemos para acessibilizar os sistemas, quando na verdade acessibilidade deveria estar no escopo original do projeto. Essa dor é parecida com a da usabilidade, quando temos a chance de entrar no projeto apenas no final e temos que remendar o que for possível.

O Neivaldo, que é surdo, apresentou-se e passou seus slides, mostrando algumas dificuldades que o surdo enfrenta. A Carla espontaneamente fez a audiodescrição dos slides para o MAQ, que é cego. É disso que estou falando.

Ao terminar, aplaudimos por meio segundo, pois a intérprete nos mostrou como os surdos batem palmas e nós o fizemos. No entanto, percebi que o participante cego estava sendo excluído. Precisávamos de uma forma inclusiva de bater palmas.
Você acha que sabe bater palmas, mas não sabe.


Ilustração que demonstra como bater palmas inclusivas

No centro temos o modo comum, a pessoa batendo palmas com as mãos próximas ao colo, que os surdos não "escutam". À esquerda temos a palma para surdos, na qual levantamos os braços e então giramos as mãos freneticamente, que os cegos não veem. Por fim apresento-lhes a palma inclusiva, que os cegos conseguem ouvir e os surdos conseguem ver. Basta bater palmas com os braços levantados, como em shows quando o artista mandou muito bem. Esse é o jeito correto de bater palmas.

Nem bater palmas nós fazemos de forma inclusiva!
 Divagações à parte, o evento foi muito bom.

Fonte:  Bruno Buccolo

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