DESENHO UNIVERSAL
Quando uma sociedade se acha no direito de não se adaptar à toda a diversidade humana cria, sistemática e progressivamente, situações de exclusão – nem sempre facilmente percebidas como tal. Como são tomadas algumas medidas de acessibilidade para facilitar a inserção de pessoas com a diversidade ou a deficiência escolhida, fica sempre a impressão equivocada de que se está praticando é a inclusão, embora o modelo seja de integração.
A título de exemplo poderíamos citar o caso de uma empresa que contrata um intérprete de Libras para os empregados surdos, mas não prepara o ambiente profissional para uma inclusão efetiva. No dia em que o tradutor falta, os outros empregados não conseguem se comunicar com as pessoas surdas. Embora a decisão da empresa tenha sido correta, ela se ressente da ausência de uma reflexão mais aprofundada sobre a diversidade, o que reduz o seu alcance ao limite de providência pontual, descontextualizada de uma verdadeira perspectiva da inclusão.
No âmbito da acessibilidade, o movimento pela integração teve vida longa e defendia, principalmente, transformações no ambiente arquitetônico. Já na década de 60, algumas universidades americanas haviam iniciado as primeiras experiências de acessibilidade transformando suas áreas externas, estacionamentos, salas de aula, laboratórios, bibliotecas e lanchonetes. Nos anos 70, graças ao primeiro Centro de Vida Independente do mundo, aumentaram a preocupação e os debates sobre soluções que pudessem provê-las com o direito de ir e vir em qualquer ambiente.
Vida Independente
As pessoas com deficiência viveram, durante muito tempo, sob a tutela de instituições, especialistas ou familiares, que os tratavam como alvo de caridade. No final dos anos 60, nos Estados Unidos, pessoas com deficiências severas, marginalizadas da sociedade, deram um verdadeiro grito de independência, deflagrando o Movimento de Vida Independente, que se multiplicaria pelo planeta. Nesse contexto, independente significava não-dependente da autoridade institucional ou familiar. Esta mobilização ensejou o surgimento dos Centros de Vida Independente, que contribuíram para a ampliação de múltiplas dimensões da acessibilidade: arquitetônica, educacional, de trabalho, tecnologia assistiva, defesa de direitos, setor de transportes etc.
Mas foi na década de 80, com a pressão do Ano Internacional das Pessoas Deficientes (1981), que o movimento ganhou força, inclusive no Brasil, com a realização de campanhas que exigiam não apenas a simples eliminação de barreiras (desenho adaptável), mas também a não-inserção de barreiras (desenho acessível).
A principal diferença entre esses dois conceitos é que, no primeiro, a preocupação é no sentido de adaptar os ambientes obstrutivos. No segundo, a meta está em exigir que os arquitetos, engenheiros, urbanistas e desenhistas industriais não incorporem elementos obstrutivos nos projetos de construção de ambientes e de utensílios. “Desenho universal” é a terminologia mais usada hoje em dia e se refere a um ambiente que leve em conta toda e qualquer diferença.
A ideia é assegurar que todos possam utilizar com igual segurança e autonomia espaços construídos e objetos. Para isso, alguns conceitos foram criados:
1- Equiparação nas possibilidades de uso
É útil e comercializável às pessoas com habilidades diferenciadas.
2- Flexibilidade no uso
Atende a uma ampla gama de indivíduos, preferências e habilidades.
3- Uso Simples e intuitivo
É de fácil compreensão, independentemente de experiência, nível de formação, conhecimento do idioma ou da capacidade de concentração do usuário.
4- Captação da informação
Comunica de forma clara as informações necessárias, independentemente de sua capacidade sensorial ou de condições ambientais, atendendo as necessidades do receptor, seja ele uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão, audição, etc.
5- Tolerância ao erro
Previsto para minimizar os riscos e possíveis consequências de ações acidentais ou não intencionais.
6- Mínimo esforço físico
Pode ser utilizado com um mínimo de esforço, de forma eficiente e confortável.
7- Dimensão e espaço para uso e interação
Oferece espaços e dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
A ideia é assegurar que todos possam utilizar com igual segurança e autonomia espaços construídos e objetos. Para isso, alguns conceitos foram criados:
1- Equiparação nas possibilidades de uso
2- Flexibilidade no uso
Atende a uma ampla gama de indivíduos, preferências e habilidades.
3- Uso Simples e intuitivo
4- Captação da informação
Comunica de forma clara as informações necessárias, independentemente de sua capacidade sensorial ou de condições ambientais, atendendo as necessidades do receptor, seja ele uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão, audição, etc.
5- Tolerância ao erro
Previsto para minimizar os riscos e possíveis consequências de ações acidentais ou não intencionais.
6- Mínimo esforço físico
Pode ser utilizado com um mínimo de esforço, de forma eficiente e confortável.
7- Dimensão e espaço para uso e interação
Oferece espaços e dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
Fonte: Mídia e deficiência / Veet Vivarta, coordenação. – Brasília: Andi ; Fundação Banco do Brasil, 2003.
http://www.tecnologiaoutonal.com.br
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