quarta-feira, 6 de junho de 2012

PARA A MELHOR PREPARAÇÃO DOS SUPERDOTADOS

Texto de Selma Carvalho

No último dia 24 de março de 2012, o portal "Terra" publicou uma matéria a respeito dos Superdotados com o título “SUPERDOTADOS TERIAM MELHOR PREPARAÇÃO EM ESCOLAS CONVENCIONAIS”.

A notícia começa narrando a história da médica Carla Gapski e seu filho Bernardo Gapski Schionato, de Curitiba-Paraná, onde, iguais as tantas outras mães de crianças superdotadas, que se surpreendem quando tem o conhecimento através de uma avaliação, que seu filho é um e que, requer uma educação especial.

Diante das dificuldades de adaptação nas escolas de ensino regular, pensa-se, num primeiro momento, numa escola especializada no atendimento do seu filho. Acredito, ser uma angústia natural que todos os pais de superdotados, no início, sentem. Até entender, depois de muito pesquisar e ir em busca de mais variados métodos de ensino e diversidades de escolas, considerando, o que cada uma têm a oferecer com aulas complementares. Em resumo, uma escola ideal, onde seu filho possa está feliz e bem adaptado, desenvolvendo suas habilidades, entretanto, concluí-se que isso não existe, e que , o melhor para o aluno é adaptá-lo no ambiente escolar do ensino regular, preferencialmente numa escola que respeite e esteja aberta à “Inclusão Educacional” e, que, tenha condições de entender o aluno e seus familiares. 

Portanto, é utopia imaginar-se que qualquer escola vai aceitar, reconhecer e trabalhar o potencial de um aluno superdotado e que, imediatamente irá ajudá-lo no seu desenvolvimento educacional e social. Pensa-se, de início, “afinal, qual escola não gostaria de ter um aluno que tem facilidade de aprendizagem e que possuem um conhecimento além do que é oferecido na escola?” Acontece que, as escolas, em sua maioria, possuem uma metodologia padrão para todos os educandos, não admitindo adaptações, e caso isso possa ocorrer, sempre o atendimento é para aqueles que tem dificuldades de aprendizagem, indicando nesse caso o reforço escolar fora da escola. Isso, referindo-se aos alunos padrões, não considerando os estudantes com necessidades educacionais especiais diversas, amparados pelas legislações, onde possuem direitos a uma educação especial inclusiva. Esses, mais ainda, as escolas alegam que não possuem estruturas para atendê-los.

Portanto, voltamos ao tema de que, nem todas as escolas estão preparadas para o atendimento dos alunos Portadores de Altas Habilidades/Superdotação. 

Segundo Maria Lúcia Sabatella, grande especialista em superdotação, escritora do Livro TALENTO e SUPERDOTAÇÃO - PROBLEMA ou SOLUÇÃO, coordenadora do INODAP em Curitiba, no Paraná, nessa matéria do "Terra", afirma que segregar não é a melhor solução e alerta para a importância desses alunos estarem inseridos num grupo heterogênio, quando afirma “As escolas é que precisam estar preparadas para atenderem as crianças. Além disso, a mistura entre alunos diferentes é muito saudável. Eles tem que aprender a lidar com a adversidade. Claro que os pais achariam ótimo que seus filhos estudassem em escolas especializadas em superdotação. Mas também, é preciso pensar que, futuramente, essas crianças serão obrigadas a enfrentar situações adversas.”

Quando se passa a compreender o que Maria Lúcia afirma, chega-se a conclusão de que é isso mesmo que realmente acontece. Mesmo que possa não existir escolas específicas para alunos superdotados, existem escolas abertas à Inclusão Educacional, e mesmo assim, caso não estejam preparadas para os eles, ou qualquer outro aluno especial, assim como não estão preparadas para nenhuma outra metodologia diferente, irão se adaptando pelas exigências dos próprios alunos e de suas famílias, e esses se adaptando à escola, ao meio educacional e social. Isso é respeitar e trabalhar as diferenças. 

Na mesma matéria, Maria Lúcia admite que também falta preparo dos professores a lidarem com os alunos superdotados, sendo acatada pela Pedagoga Maria Clara Sodré, também especialista no trabalho com esses alunos, quando afirma que “os professores brasileiros não recebem nenhuma orientação específica durante a formação, tanto nos cursos de pedagogia, quanto nos de licenciatura.” Ainda para Maria Clara, “a capacitação deveria comerçar pelo básico: ensinar aos futuros professores o que é superdotação, como identificá-la e o que a legislação garante para esses estudantes especiais.”

A respeito da Legislação que ampara os superdotados, Maria Clara diz que “ainda há um desconhecimento por parte das instituições de ensino sobre a legislação referente aos Superdotados”.

Declarando mais ainda que, os superdotados possuem direitos estabelecidos em Leis a um programa de atenção diferenciado, quando diz “Eles já têm direito a um programa de atenção diferenciado, com um curriculo mais abrangente, e atenção especial dentro e for a da escola, desde os anos de 1970, mas as instituições de ensino desconhecem. A lei também permite que esses alunos possam pular de ano, mesmo que a criança tenha capacidade apenas em uma matéria. Mas isso acontece de fato em pouquissímas escolas brasileiras. Também há a tendência natural de ter dificuldade para lidar com a novidade, que faz com que os colégios neguem ter alunos superdotados.” declarando ainda que “a legislação do país é bem avançada.”

Quanto aos Direitos dos Portadores de Altas Habilidades e Superdotação, escrevi um Texto neste Blog, link http://papoentrepais.blogspot.com.br/2011/12/legislacao-na-inclusao-escolar-dos.html, onde faço um relato do histórico das legislações na Educação Especial Incluvisa até os dias de hoje, dando enfâse aos alunos portadores de altas habilidades e superdotação. Mencionando inclusive, a publicação do mais recente Decreto de número 7.611, em 17 de novembro de 2011, onde dispõe sobre a "educação especial e o atendimento educacional especializado", abrangendo aí os Portadores de Altas Habilidades e Superdotação.

Concluindo, quero deixar uma fala de Jean Piaget, cientísta que revolucionou o modo de encarar a Educação, para refletirmos, dita em um simpósio em Genebra, quando a discussão versava sobre metodologia de ensino e lhe foi perguntado qual o médoto que ele achava melhor, estando mencionado no Livro da Maria Lúcia Prado Sabatella. Ele respondeu:

"NÃO EXISTE MÉTODO MELHOR NEM PIOR, QUE SÓ EXISTE UM TIPO DE MÉTODO: O MÉTODO ADEQUADO."



Fonte: link http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5682004-EI8266,00-Superdotados + teriam +  preparacao+ melhor + em + escolas+convencionais.html.

http://papoentrepais.blogspot.com.br


OBS.: a palavra PORTADOR não é mais utilizada quando nos referimos as diferentes deficiências, pois, quem porta algo pode deixar em qualquer momento e DEFICIÊNCIA não pode ser deixada de lado quando desejamos. No texto acima existe a palavrar PORTADOR quando se refere as Altas Habilidades, porém, trata-se de um artigo escrito por outra pessoa e não posso alterar.

3 comentários:

  1. Olá Márcia!

    Eu visito seu blog há algum tempo e somente agora resolvi comentar algo. Acho muito interessante esse blog, é bem informativo para pais, professores, estudantes, etc. Pesquiso a área da Surdez e da Superdotação há uns dois anos porque são minhas duas paixões na área da educação, a Maria Lúcia e a Maria Clara são ótimas na área e eu adoro os livros delas. Tem muitas coisas aqui que me serviram de pesquisa e também para discussão. Parabéns pelo blog! Só queria deixar uma dica e espero que não se sinta ofendida, pois essa não é minha intenção, pelo contrário, é dar sempre apoio a causa como posso. É que a palavra 'portador' me incomoda um pouco, dá a ideia de que é algo que posso carregar quando quero ou deixar em casa se quiser. E quando a gente diz: portador de altas habilidades, dá a entender que ele pode portar se quiser, ou não. Não acho legal essa palavra. É só uma dica mesmo, não quero arranjar briga por isso, é só uma forma de tentar lhe ajudar nessa caminhada pela Educação Especial.


    Abraços!

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  2. Oi Mai! Fiquei contente com seu comentário e agradeço ter postado seu incomodo com a palavra PORTADOR, essa palavra também me incomoda muito e lamento o fato de ainda ser muita usada, principalmente nas leis que rege nosso país. No artigo postado no meu blog,deixei a palavra pois, trata-se de um artigo escrito por uma terceira pessoa e não posso alterá-lo, porém, agora coloquei uma nota no rodapé explicando que trata-se de uma palavra que não deve ser mais usada no processo de Inclusão.
    Gostaria de me comunicar mais com vc, visitei seu blog e tenho certeza que você fará a diferença na vida de muitos estudantes, na educação e no processo de Inclusão.

    Um abraço!

    Márcia Dantas

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  3. Ah sim, entendi. A nota já explica muito!
    Bom, eu não escrevo muito no meu blog e, muito menos, sobre inclusão. Apesar de ser apaixonada pelo assunto, ainda não fiz um blog voltado só pra esse assunto. Quem sabe no futuro, né.
    Mas pode deixar que sempre que puder, vou dar minha contribuição por aqui.

    Espero mesmo poder fazer a diferença na vida de muitos estudantes, pois vejo o quão precária está a educação no Brasil, principalmente na modalidade da educação especial. E, pelo visto, você já faz. Fico feliz de saber que não estamos sozinhas nessa luta!

    Até mais!

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