quinta-feira, 31 de maio de 2012

Paul McCartney - "My Valentine" - ASL

Paul McCartney dirige o vídeo em que Natalie Portman e Johnny Depp, traduzem a música em ASL - American Sing Language, que no Brasil seria LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais.
No dia 14 de abril, em Los Angeles, Paul McCartney lançou três vídeos de seu single "My Valentine". A ideia para os vídeos da romântica canção veio de sua filha, Stella McCartney e conta com a participação ilustre de de dois atores super talentsos: Natalie Portman e Johnny Depp.
As atuações deles são, na verdade, traduções da letra da composição na linguagem de sinais, com as imagens em preto e branco.
Vejam os vídeos abaixo!
O primeiro é uma mescla das duas atuações, o segundo somente com Natalie Portman e o terceiro com Johnny Depp.





quarta-feira, 30 de maio de 2012

Programa traduz textos em linguagem de sinais

Redação do Diário da Saúde

Programa traduz textos em linguagem de sinais
Partindo do texto escrito, os sinais em Libras, a Língua Brasileira dos Sinais, são mostrados na tela por um avatar 3D.[Imagem: Wanessa Amaral]
Avatar comunica-se em Libras
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um programa de computador que traduz textos em Libras, a Língua Brasileira dos Sinais.
Partindo do texto escrito, os sinais são mostrados na tela por um personagem 3D, que os especialistas denominam de agente virtual, mas que é mais popularmente conhecido por avatar.
O personagem, que pode ser alterado de acordo com a necessidade ou conveniência do usuário, reproduz os sinais utilizados pela Libras.
"Como a figura humana é apresentada em 3D, o usuário pode aproximar ou mudar o ângulo do avatar, caso queira compreender melhor a mensagem", explica Wanessa Amaral, que criou o sistema juntamente com o professorJosé Mário de Martino.
Inclusão digital dos surdos
Segundo Wanessa, existem diversos trabalhos na área da computação voltados à acessibilidade.
No entanto, a maioria deles é dirigida aos cegos. Assim, já foram desenvolvidos aplicativos como leitores de tela e até calculadoras programáveis.
"Entretanto, há pouco estudo relacionado aos deficientes auditivos. Isso possivelmente está associado à impressão de que eles não enfrentam problemas nesse campo, uma vez que as informações disponíveis no computador são basicamente visuais.
"Mas não é bem assim. Pessoas que adquiriram surdez antes de terem sido alfabetizadas têm muita dificuldade em compreender material escrito em português. De certa forma, elas ficam excluídas do meio digital", explica.
Ensino de Libras
O programa interativo poderá ser importante não somente para facilitar o acesso dos surdos ao ambiente virtual, mas também para os ouvintes quedesejam aprender Libras.
"É bom deixar claro que estamos apenas no começo. É o mesmo que aconteceu com a conversão texto-fala. Quando ela teve início, a voz empregada tinha aquele tom robótico. Hoje, está muito diferente.
"Nós já percebemos que precisamos aprimorar algumas coisas. O mais importante, porém, é que os testes feitos com a colaboração de deficientes auditivos comprovaram que estamos conseguindo nos comunicar via sistema. Ou seja, estamos passando a informação", disse José Mário.
"Nossa expectativa, agora, é que alguma empresa se interesse pelo licenciamento da tecnologia. Penso que a ferramenta pode ser uma forte aliada em ações que tenham como objetivo garantir maior acessibilidade aos portadores de deficiência auditiva aos recursos computacionais", conclui o professor.
Na visão do especialista, o sistema pode ser adaptado a quaisquer equipamentos computadorizados, tais como tablets e celulares.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br

terça-feira, 29 de maio de 2012

Inclusão escolar e audiodescrição:
ORIENTAÇÕES AOS EDUCADORES




*Lívia Maria Villela de Mello Motta

Quando falamos em inclusão escolar, em escola inclusiva, a escola que recebe, acolhe e oferece oportunidades de aprendizagem para todos os alunos, alguns questionamentos ainda teimam em vir à tona, por exemplo, as atividades escolares.

Como preparar atividades escolares que contemplem as ne¬cessidades de todos os alunos? Como despertar a curiosidade, ampliar a visão de mundo, propiciar o acesso às informações a todos os alunos? Muitos são os recursos que poderão ser utilizados em sala de aula para responder a essas questões, dentre eles, a audio¬descrição: um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais (peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles, espe¬táculos de dança), turísticos (passeios, visitas), esporti¬vos (jogos, lutas, competições), acadêmicos (palestras, seminários, congressos, aulas, feiras de ciências, ex¬perimentos científicos, histórias) e outros, por meio de informação sonora. A audiodescrição transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão social, cultural e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, esse recurso amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e com dislexia. Para isso, são usados os mesmos equipamentos de tradução simultânea, fones de ouvi¬do e receptores. A informação sonora é transmitida pe¬los audiodescritores de dentro de uma cabine, com um roteiro previamente preparado, estudo sobre o tema e terminologia, inserida preferencialmente entre as falas dos personagens. Na televisão, a audiodescrição já era para ter sido implantada desde junho de 2008, com duas horas de programação audiodescritas por dia que seriam transmitidas pela tecla SAP (canal secundário de áudio). Entretanto, o recurso foi suspenso pelo Ministé¬rio das Comunicações, colocado em consultas públicas e novas portarias foram baixadas. Uma verdadeira saga, que culminou com a publicação da portaria 188 de março de 2010, que prevê a transmissão de duas horas semanais de programas audiodescritos a partir de julho de 2011, já na TV digital, diminuindo drasticamente as possibilidades de acesso à cultura e informação.Na escola, o próprio professor pode descrever o univer¬so imagético presente em sala de aula como ilustrações nos livros didáticos e livros de história, gráficos, mapas, vídeos, fotografias, experimentos científicos, desenhos, peças de teatro, passeios, feiras de ciências, visitas cul¬turais, dentre outros, sem precisar de equipamentos para tal, mas ciente da importância de verbalizar aqui¬lo que é visual, o que certamente irá contribuir para a aprendizagem de todos os alunos. Todos se beneficiam com o recurso, tanto aqueles que escutam como aque¬les que fazem a audiodescrição, pois além do senso de observação, há uma ampliação do repertório e fluência verbais. O uso da audiodescrição na escola permite a equiparação de oportunidades, o acesso ao mundo das imagens e a eliminação de barreiras comunicacionais.


*Lívia Maria Villela de Mello Motta é doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC de São Paulo, e atua tanto na área de formação de professores para a escola inclusiva, como na área de inclusão cultural das pessoas com deficiência vi-sual, com foco na formação de audiodescritores para teatro, cinema, TV e outros espetáculos, eventos sociais e pedagógicos.



Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br/

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Síndrome de Cri du Chat



Síndrome Crie-Du-Chat (Síndrome do Miado de Gato ou do choro do gato) é uma condição genética relativamente rara com uma incidência calculada de 1:50000 nascimentos e que é o resultado do “apagamento” de uma porção significante do material genético do braço curto de um dos pares do cromossomo cinco. Ocasionalmente um segundo cromossomo é envolvido. O nome da síndrome veio com o característico choro dos recém-nascidos que muito faz lembrar um miado de um gatinho. Foi descoberta por Jérôme Lejeune, um geneticista francês, em 1963, sendo por isso chamada também de Síndrome de Lejeune. Outros nomes são Síndrome 5p- (cinco pê menos, ou seja, deleção do braço menor (p) do cromossomo cinco), Síndrome da deleção do 5p e Síndrome do miado do gato (tradução do francês cri du chat).


Características da Síndrome

Atenção, abrir em uma nova janela. 
Características presentes nos indivíduos portadores de Cri du Chat:
Os recém-nascidos apresentam o choro fraco, semelhante ao miado do gato, por isso a denominação da Síndrome Cri du Chat, presente logo após o nascimento devido à alteração da laringe (laringomalácia = amolecimento da laringe). Ao nascimento esse sinal sugere a suspeita de Cri du Chat, auxiliando no diagnóstico.
  • Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascimento devido a um retardo de crescimento intra-uterino;
  • Microcefalia;
  • Face arredondada;
  • Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos);
  • Prega epicântica (presente no canto interno dos olhos);
  • Estrabismo;
  • Micrognatia (desenvolvimento reduzido da mandíbula);
  • Orelhas de baixa implantação (abaixo da linha do nariz);
  • Malformações dentárias (geralmente os dentes são projetados para frente devido a alterações no desenvolvimento crânio-facial);
  • Luxação de quadril;
  • Prega palmar transversal única;
  • Podem ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais;
  • Pé torto congênito;
  • Hipotonia (tônus muscular diminuído), na maioria dos casos;
  • Apresentam freqüentemente dificuldades na alimentação, como pouca força para sugar, freqüente engasgo c/refluxo;
  • São bastante suscetíveis a infecções respiratórias e gastrintestinais;
  • Hipodesenvolvimento pondero-estatural (peso e estatura reduzidos);
  • Déficit cognitivo;
  • Dificuldade de concentração/atenção, agitação irritabilidade, sono agitado;
  • Atraso no desenvolvimento da aquisição da linguagem.
É fundamental deixar claro que nem todos os portadores de Cri du Chat terão todas essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos motores e cognitivos que receberem e da quantidade de perda do material genético do braço curto do cromossomo 5.


Teste pré-natal


Há dois testes que podem ser feitos antes do bebê nascer, que constatam a síndrome de Cri du Chat. São eles:

Amniocentese, que pode ser feito por volta da 18º semana e que se restringe a retirada de um pouco do fluido amniótico, e olhar o cromossomo que está na célula do bebê. Este teste tem erro na ordem de 1:100.

Chorionic Villius Sampling (CVS), pode ser feito semanas antes do teste de aminocentese, e se delimita à retirada de um pedacinho ínfimo da placenta e olhar o cromossomo. Este teste traz um risco maior para o bebê, de 2:100. Não era para ocorrer erros em nenhum dos teste para CDC, a menos que eles estivessem procurando especificamente para CDC, mas os testes de rotina procuram primeiramente para a síndrome de Down.

Em alguns países já é possível, para casais portadores, fazerem o tratamento IVF, que assegura que o embrião que será implantado na mãe é saudável.




Tratamento/Intervenção



A anormalidade cromossômica não tem cura até o momento, assim, o tratamento só pode ajudar as crianças a se desenvolverem o melhor possível. A intervenção dos fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, quando contínuas e não tardias, é de grande necessidade e ajuda. Dependendo onde a pessoa com síndrome mora e os recursos que possui, há berçários especiais ou programas de intervenção em casa na maioria das regiões (tratando-se do mundo como um todo).

Crianças com CDC, provavelmente precisarão de muitos equipamentos, dependendo da idade. Eles talvez precisem de cadeiras especiais, talheres e tigelas para comerem; cadeira de potty ou adaptações no banheiro; uma armação para auxiliar a andar e ficar em pé; adaptações na cama e/ou no quarto para mante-los seguros à noite.

Para algumas crianças, as drogas tem sido de grande auxílio, para problemas relacionados com o sono e para controlar seus comportamentos.

Uma vasta gama de crianças freqüentam escolas especiais, por outro lado, outras tem um suporte especial domiciliar.




Fonte: http://pt.wikipedia.org

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Benefícios da aprendizagem da Língua de Sinais para todos



No paradigma da Educação Inclusiva acredita-se que todos são capazes de aprender. Não só porque esta é uma necessidade de todos, mas porque também produz benefícios que otimizam nossas possibilidades de ser, não importa quem ou como somos. 
Pensemos, por exemplo, nos benefícios da aprendizagem da Língua de Sinais para um ouvinte. Quando uma criança não surda aprende esta língua descobre ou multiplica seus poderes de comunicação gestual e simbólica. Aprende como é possível se comunicar com seus colegas surdos, constrói procedimentos alternativos aos processos de comunicação e interação humana. Descobre que língua é linguagem, forma de transmitir e processar informações. Ao compreender o valor comunicativo dos gestos e suas correspondências com aquilo que comunicam pode sentir-se surpreendida. 
Um gesto, ao mesmo tempo, recupera a significação de que língua, por ser parte da linguagem, é movimento com as mãos ou corpo, cuja dança coreografa a mensagem das coisas que representa metaforicamente. E o que é uma metáfora senão o modo que encontramos para falar de coisas desconhecidas, através de algo conhecido? Daí que alunos ouvintes podem se encantar e se sentir atraídos em pesquisar, criar, investigar outros meios de dizer ou trocar coisas com seus colegas surdos, ou mesmo não surdos, pelo prazer e desafio que descobriram em imitar ou representar, por gestos, algo que sinaliza outro algo. 
Graças a isto, quem sabe, podem se tornar mais inteligentes e participativos, encontrando na limitação do outro, sua própria limitação e, o que mais significativo, a possibilidade de se construir modos de sua superação. Aprimoram, assim, sua socialização, aprendem a pensar e a agir na perspectiva de seus colegas surdos, descentram-se de seus pontos de vista, descobrem novas possibilidades. Tornam-se melhores. E aquilo que poderia parecer uma dificuldade, entrave ou perda de tempo, afinal é mais complicada a relação entre surdos e não surdos, apresenta-se como abertura, descoberta de que é possível criar sintonias e formas criativas de interagir com as pessoas, apesar de suas diferenças quanto aos recursos de comunicação. 
É importante descobrirmos nossa surdez frente ao que os outros, tantas vez em vão, tentam nos dizer por gestos ou palavras.
Lino de Macedo é professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e membro da Academia Paulista de Psicologia. É docente e pesquisador na área de Psicologia do Desenvovimento aplicada à aprendizagem escolar. Orientou 70 teses de doutorado e dissertações de mestrado. Publicou "Ensaios Pedagógicos: Como construir uma escola para todos", pela Artmed, onde apresenta reflexões em favor de uma educação inclusiva na escola em sua perspectiva mais geral.


Fonte: http://www.diversa.org.br/artigos/artigos.php?id=600

quarta-feira, 23 de maio de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

RELATO DE UMA MÃE DE CRIANÇA ANENCÉFALA







"Venho por meio deste relatar a minha experiência enquanto mãe de um filho anencéfalo. Sou estudante de Direito do 9º semestre da Universidade Católica de Brasília. Há três anos, em virtude de um namoro, engravidei e devido a circunstâncias afetivas acabei por ficar sozinha. À época tinha 19 anos.

Tive que enfrentar todas as questões familiares, a vergonha, enfim, todo o constrangimento de uma gravidez no fim da adolescência. Felizmente, não obstante todo o sofrimento que experimentaram, meus pais, por serem católicos, me acolheram.

Passaram-se três meses e, enfim, o pai da criança resolveu acompanhar-me numa ecografia: era o dia em que conheceríamos o sexo do bebê. Naquela oportunidade, a médica ecografista foi bastante cuidadosa, mas não havia como omitir a anomalia que sofria meu filho, ele era anencéfalo.

Obviamente tal notícia assustou-me e eu, a principio, não fui capaz de absorver a realidade, até porque nunca tinha ouvido falar em algo semelhante. Já naquele momento, a doutora trouxe a possibilidade do aborto, mesmo não se mostrando muito favorável.

No mesmo dia, à tarde, procuramos outro médico em um hospital particular de Brasília (Hospital da Unimed) e este me disse: "Menina, pra quê você quer uma coisa que não presta?"; "Se fosse minha paciente eu te levaria agora para a curetagem."

Não sabia o que era curetagem, quando me explicaram tratar-se, naquela situação, de um eufemismo para a palavra aborto.

Felizmente, pude contar com o acompanhamento de uma outra médica particular e, então, dei continuidade ao pré-natal.

Desde o primeiro dia, quando foi constatada a má-formação, a ecografista e também a minha ginecologista-obstetra, informaram-me acerca de uma equipe médica especialista nestes casos que atendia no HMIB – Hospital Materno-Infantil de Brasília. Na oportunidade, disseram-me que se tratava de uma equipe médica especialista em casos de gestação de alto risco, seja para mãe ou para o filho.

Alguns dos amigos da faculdade aos quais relatei a situação, me disseram que o Ministério Público concedia autorizações para mulheres que desejassem fazer o aborto, principalmente àquelas que recorressem a referida equipe médica do HMIB. Por isso, a princípio, resisti em marcar uma consulta naquele hospital. Contudo, visando as melhores condições para mim e para o meu filho, busquei um encaminhamento no posto de saúde do Núcleo Bandeirante, tendo em vista que se tratavam de especialistas e eu queria que, após o parto, o meu filho recebesse os cuidados necessários, caso viesse a sobreviver depois do corte do cordão umbilical.

Realmente, eu já estava decidida a não abortar o meu filho. Tal possibilidade somente passava na minha mente à força das palavras, muitas delas duras, que ouvia dos médicos, mas tal possibilidade não emanava do meu interior. Queria conviver com o Thalles o tempo que fosse possível, já estava no sétimo mês da gestação e não fosse o fato de que ele era anencéfalo, tudo mais corria na maior naturalidade. Sentia-me bem, não tive alterações fisiológicas, além daquelas naturais da gestação como, por exemplo, o aumento de nove quilos no meu peso.

Enfim, qual foi a minha surpresa ao constatar a realidade do atendimento naquela equipe de excelência, pois, todo o tempo fui compelida a realizar o aborto. Naquele hospital, eram marcadas uma vez na semana, consultas, com a referida equipe. Ficavam numa ante-sala, sem assentos suficientes, por volta de 12 mulheres e seus respectivos acompanhantes ou não, aguardando a consulta. Todas elas estavam grávidas de crianças com as mais diversas má-formações – das quais nunca tinha ouvido falar. Algumas, muito pobres, outras que já haviam tido filhos com aquelas deformidades anteriormente, conversavam entre si, enquanto eu as observava. Percebi que eu era a única que tinha um filho anencéfalo.

Enquanto aguardávamos, pude presenciar um momento que me chocou deveras. É que elas estavam conversando a respeito de uma mãe que tinha passado por ali, algumas semanas antes, e que naquele dia estava realizando a interrupção da gravidez. Pude presenciar aquela mãe sentada no corredor do hospital, chorando muito após o parto. Ela estava lá sozinha – porque não permitem acompanhantes no pós-parto de maiores – e sequer, conforme relatou e porque não permitiram, conseguiu ver o seu filho direito, o que lhe causou muito sofrimento.

Chegou a minha vez, e como relatei, os médicos, na pessoa do médico-chefe, me diziam que eu já deveria ter feito a chamada interrupção e que uma cesariana traria para mim riscos muito maiores que a interrupção, que eu não deveria mostrar o meu filho para ninguém após o parto e até mesmo que eu poderia ficar cheia de estrias etc. Tudo para que eu interrompesse a gravidez.

Realmente, se fosse necessário recorrer aquele hospital para dar continuidade à gestação, o meu sofrimento teria sido triplicado.

Enfim, graças a Deus, eu e o Thalles superamos todos os preconceitos e dificuldades. Amei-o com toda intensidade que conseguia. Cantei, rezei, brinquei, ou seja, fiz tudo o que uma mãe faz com o seu filho no ventre.

Ele nasceu às 13:15hs do dia 09.07.2002, foi registrado como cidadão brasileiro e faleceu às 11:25hs do dia 10.07.2002. Tive a oportunidade de segurá-lo no colo e de me despedir dele. Hoje trago uma linda e real lembrança, de uma gravidez, que teve algumas dificuldades intrínsecas à situação, mas que me trouxe muitos benefícios enquanto pessoa humana e me deu uma grande alegria: a de ser mãe. Sou mãe do Thalles, vivo ou morto, bonito ou feio, presente ou ausente. Sou mãe dele porque ele efetivamente existiu e foi gerado em mim, o tempo que ele permaneceu com a minha família e toda a multidão que ia vê-lo na incubadora, foi um grande lucro.

ANTES DA LIBERAÇÃO DO ABORTO, O QUE AS MÃES DE FILHOS ANENCÉFALOS NECESSITAM É DE ESCLARECIMENTO, VALENDO RESSALTAR AS INCOERÊNCIAS QUE TÊM SIDO DIVULGADAS, E APOIO. A ATITUDE DO GOVERNO DEVE SER A DA PREVENÇÃO, COM A DISTRIBUIÇÃO DE ÁCIDO FÓLICO, COM O COMBATE AO USO DE DROGAS, ENFIM, NÃO VAI SER POR ESSE CAMINHO, APARENTEMENTE MAIS FÁCIL, QUE AS MÃES TERÃO A SUA DIFICULDADE SANADA, MAS NO ACOLHIMENTO E NA SOLIDARIEDADE".

Fonte: http://liliacamposmartins.blogspot.com.br/2012/04/relato-de-uma-mae-de-crianca-anencefala.html

domingo, 20 de maio de 2012

20 de Maio - Dia Internacional do Pedagogo



Ser Pedagogo...


Ser Pedagogo não é apenas ser Professora, Mestre, Tia, Coordenadora, Supervisora, Orientadora, Dona de escola. 
É mais do que isso
É ser Responsável.

Ser Pedagogo é ter coragem de enfrentar uma sociedade deturpada, equivocada sem valores morais nem princípios.

Ser Pedagogo é ser valente, pois sabemos das dificuldades que temos em nossa profissão em nosso dia a dia.

Ser Pedagogo é saber conhecer seu caminho, sua meta, e saber atingir seus objetivos.

Ser Pedagogo é saber lidar com o diferente, sem preconceitos, sem distinção de cor, raça, sexo ou religião.

Ser Pedagogo é ter uma responsabilidade muito grande
nas mãos.

Talvez até mesmo o futuro...

Nas mãos de um Pedagogo concentra- se o futuro de muitos médicos, dentistas, farmacêuticos, engenheiros, advogados, jornalistas, publicitários ou qualquer outra profissão...

Ser Pedagogo é ser responsável pela vida, pelo caminho de cada um destes profissionais que hoje na faculdade e na sociedade nem se quer lembram que um dia passaram pelas mãos de um Pedagogo.

Ser Pedagogo é ser mais que profissional, é ser alguém que acredita na sociedade, no mundo, na vida.

Ser Pedagogo não é fácil, requer dedicação, confiança e perseverança.

Hoje em dia ser Pedagogo em uma sociedade tão competitiva e consumista não torna-se uma profissão muito atraente, e realmente não é.

Pois os valores, as crenças, os princípios, os desejos estão aquém do intelecto humano.

Hoje a sociedade globalizada está muito voltada para a vida materialista.

As pessoas perderam- se no caminho da dignidade e optaram pelo atalho da competitividade, é triste pensar assim, muito triste
pois este é o mundo dos nossos filhos crianças que irão crescer e tornar- se adultos.

Adultos em um mundo muito poluído de idéias e sentimentos sem razão.

Adultos que não sabem o que realmente são Alienados, com interesses voltados apenas pelo Ter e não pelo Ser.

Ser Pedagogo é ter a missão de mudar não uma Educação retorcida, mas ser capaz de transformar a sociedade que ainda está por vir.

Pode ser ideologia pensar assim, mas como Pedagogos temos a capacidade de plantar hoje nesta sociedade tão carente de valores, sementes que um dia irão florescer.

E quem sabe essa mesma sociedade que hoje é tão infértil possa colher os frutos que só a Pedagogia pode dar.


Autora: Vanessa B. de Carvalho

quinta-feira, 17 de maio de 2012

MENINA COM PARALISIA CEREBRAL SONHA EM PODER DANÇAR COM A SUA IRMÃ GÊMEA
Fonte: Revista Crescer
           http://www.deficienteciente.com.br

 Gêmeas Isabella e Gabriella Platt (Foto: Daily Mail)  



As inglesas de 4 anos nasceram saudáveis e médicos não sabem o motivo de uma delas ter desenvolvido a deficiência

Quando colocadas lado a lado, as gêmeas Isabella e Gabriella Platt, de 4 anos, parecem idênticas. Porém, ao observá-las melhor, nota-se que a primeira precisa de talas de metal nas pernas para andar. A menina sofre de uma forma debilitante de paralisia cerebral. Seu maior sonho é ter “pernas novas” para que possa fazer aquilo que mais ama: dançar como a irmã.
Uma cirurgia na coluna poderia ajudar a menina, mas, no seu país natal, a Inglaterra, o sistema de saúde pública não cobre a operação. Por isso a família das gêmeas está arrecadando fundos para custear uma cirurgia nos Estados Unidos, onde um inovador cirurgião promete realizar o sonho de Isabella – dançar. Ao todo, a família precisa de 50 mil libras (cerca de R$ 130 mil). A mãe das meninas, Stacey, contou ao jornal britânico Daily Mail que uma maneira de ajudar Izzy, forma como se refere à filha, a não se sentir tão diferente das outras crianças é comprar calçados pretos para Gabriella também. “Visto a Gabriella com um calçado mais parecido o possível com as botas de Isabella”, contou.

A mãe ainda disse que deseja ver a filha sem as talas e a bota para que ela possa brincar, dançar e correr como qualquer menina da sua idade. “Sem essa parafernália ela vai poder fazer o que quiser”, garantiu. Stacey afirmou que Isabella entende a sua condição e nunca reclama. Mesmo com a pouca idade, Gabby dá suporte à irmã. “Vejo ela ajudando Izzy a se equilibrar a todo momento” disse a mãe.

A descoberta da paralisia veio quando Isabella tinha 1 ano e meio. “Enquanto Gabby andou no primeiro aniversário, Izzy nem sequer sentava ou rolava”, explicou Stacey. Os primeiros médicos consultados não acertaram o diagnóstico: diziam apenas para a família resistir à tentação de comparar as meninas só porque elas eram gêmeas. Mesmo com a descoberta da paralisia, os especialistas ainda não sabem por que ela ocorreu, já que as duas garotas nasceram saudáveis.

Sobre a cirurgia nos Estados Unidos, a família Platt conta que soube do procedimento por meio do noticiário. Trata-se de uma operação na coluna vertebral e do alongamento dos músculos da perna. “Desde então, já vi cerca de 180 vídeos de famílias que contaram sobre a sua experiência com esse procedimento”, afirmou Stacey. “Aqui na Inglaterra há tratamentos que poderiam melhorar a qualidade de vida de Izzy, mas isso só aconteceria depois dos 7 anos. Acontece que já percebi que ela está começando a ficar envergonhada da sua condição”, justificou a mulher. A família pretende operar a garota em janeiro do próximo ano.
Gêmeas Isabella e Gabriella com DVD do filme que elas mais gostam de dançar (Imagem: Daily Mail)
Gêmeas Isabella e Gabriella com DVD do filme que elas mais gostam de dançar (Imagem: Daily Mail)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Convivendo com as Diferenças - Surdos - TV Câmara


Vídeo produzido pela TV Câmara incentiva a convivência entre pessoas com e sem deficiência. A ideia é quebrar preconceitos e mostrar que qualquer um pode se relacionar e ajudar os deficientes no seu dia-a-dia.


terça-feira, 15 de maio de 2012


Síndrome de Álcool Fetal

Escrito para o BabyCenter Brasil
Aprovado pelo Conselho Médico do BabyCenter Brasil
Por Carolina Schwartz 

O consumo de álcool durante a gravidez é uma questão polêmica, porque, embora a abstenção total de bebidas seja a recomendação oficial do Ministério da Saúde e da maioria dos médicos, na prática muitas grávidas sempre acabam ouvindo de alguém que um pouquinho de cerveja aqui ou uns golinhos de vinho ali não fazem mal nenhum. 

Mas, infelizmente, essas medidas "aqui e ali" são subjetivas e podem levar a abusos por parte da mãe e graves consequências futuras para o bebê. O álcool contido em vinhos, cervejas, cachaças, drinques com frutas, uísque e outras bebidas passa facilmente através da placenta para o feto em desenvolvimento, que pode vir a nascer com problemas motores, físicos e mentais, além de de comportamento. 

Esse conjunto de distúrbios pode ser diagnosticado como síndrome alcoólica fetal (SAF) ou como um quadro de outros transtornos ligados ao consumo de álcool na gestação. Essas condições existem desde que o mundo é mundo e as pessoas bebem, mas só foram mais recentemente "batizadas" e assim descritas pela comunidade médica internacional, tornando o diagnóstico nem sempre fácil. 

Acredita-se que a SAF e esses outros transtornos afetem cerca de 40 mil crianças por ano em todo o globo, mais do que a síndrome de Down, distrofia muscular e espinha bífida somadas, segundo a organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome (Nofas). 

"Há uma estimativa de que um em cada cinco casos de deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool" ingerido pela gestante, diz Dartiu Xavier da Silveira, co-fundador e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo. 

Em muitos casos, as mães não conversam com os obstetras sobre seus hábitos de beber e nem com os pediatras depois que os filhos nascem, o que complica ainda mais a situação dessas crianças e as perspectivas de tratá-las da melhor maneira possível. 

Características da síndrome alcoólica fetal 

Bebês nascidos com a síndrome costumam apresentar malformações na face (lábio superior bem fino, nariz e maxilar de tamanho reduzido, por exemplo -- veja aqui uma ilustração), cabeça menor que a média, anormalidades cerebrais (apresentando falta de coordenação motora e distúrbios de comportamento, até retardo mental), malformações em órgãos como rins, pulmões e coração. Quando vão para a escola geralmente enfrentam dificuldades de aprendizado, memorização e atenção. 

"As dificuldades de aprendizagem geram problemas muito abrangentes para o futuro da criança. A repercussão é para a vida toda. Elas acabam com menos oportunidades profissionais, de manter relacionamentos afetivos ou fazer amizades", afirma Hermann Grinfeld, pediatra com mais de 40 anos de experiência e pesquisador dos efeitos do consumo de álcool na gravidez. 

Crianças que se encontram no chamado "espectro" dos distúrbios provocados pelo álcool podem ter alguns dos problemas descritos acima, porém não chegam a preencher todos os requisitos para classificá-los como portadores da síndrome -- o que nem por isso é menos sério para o seu desenvolvimento. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Menina que nasceu sem as mãos vence concurso de caligrafia nos EUA

Determinada: Anne Clark, 7 anos, nasceu sem as mãos e ganhou o prêmio nacional de caligrafia nos EUA.
Determinada: Anne Clark, 7 anos, nasceu sem as mãos e ganhou o prêmio nacional de caligrafia nos EUA 

Caro leitor,
A matéria abaixo foi sugestão do leitor Carlos Eduardo Lemos.
Anne Clark, de 7 anos, ganhou prêmio para estudantes com deficiência. Ela usa os braços para segurar o lápis e escrever.
A menina Anne Clark, estudante da primeira série da escola Wilson Christian Academy, em West Mifflin, na Pensilvânia, ganhou um concurso de caligrafia para estudantes com deficência de escolas dos Estados Unidos. Anne, de 7 anos, nasceu sem as mãos e prende o lápis entre os braços para poder escrever.
A categoria faz parte do 21º Concurso Anual de Caligrafia dos Estados Unidos. O prêmio para alunos com deficiência foi criado no ano passado com o nome de um estudante (Maxim Nicholas) que também não tinha as mãos e usava o antebraço para escrever. Nicholas impressionou os juízes o suficiente para que eles criaram uma nova categoria para alunos com deficiência.
Anne foi premiada na categoria de letras de forma/imprensa. O vencedor de melhor caligrafia em letra cursiva foi Remiel Colwill, estudante da quinta série da escola St. Mary Magdalene, em Eastlake, Ohio. Remiel tem uma deficiência visual. Ele e Anne ganharam um troféu e um prêmio de US$ 1 mil para cada.
Talento: Annie, que nasceu na China, segura o lápis entre os braços.
Talento: Annie, que nasceu na China, segura o lápis entre os braços. Imagem: Daily Mail
Apoio: Annie ao lado de sua professora e de sua mãe. Segundo a mãe da garota, ela se veste, se alimenta e usa o computador com facilidade.
Apoio: Annie ao lado de sua professora e de sua mãe. Segundo a mãe, ela se veste, se alimenta e usa o computador com facilidade. Imagem: Daily Mail
Annie é uma vencedora
Annie é uma vencedora. Imagem: Daily Mail
O aluno Maxim Nicholas ganhou o prêmio em 2011.
O aluno Maxim Nicholas ganhou o prêmio em 2011. Imagem:Daily News
Assista o vídeo da premiação de Anne Clark.
Fonte: G1
Imagens: Daily Mail
Tradução da legenda realizada pelo Blog Deficiente Ciente

domingo, 13 de maio de 2012




Para Sempre 

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade