segunda-feira, 6 de maio de 2013

Porque evitar apressar o ensino da leitura e da escrita da criança na escola



Descrição da imagem: criança deitada segurando um lápis rabiscando um papel.


Porque causa tanto dano na criança aprender a ler escrever antes da segunda dentição? 
Esta pergunta toca um dos mais importantes problemas que existem nesta idade.
Porque nada é mais danoso para a criança que a pressa de ensinar-lhe a ler e escrever 
prematuramente. Nos primeiros sete anos funciona a força vital, a força construtora no físico, 
formando e modelando desde a cabeça; penetra no fígado, pulmões, coração, 
etc, estabelecendo sua força devida e estrutura correta. Deste modo se adquire a base 
física sadia para toda a vida. Mais tarde haverá somente um crescimento do formato; 
a forma básica não modificará jamais. Daí se pode compreender facilmente que a 
criança necessita de todas as forças construtivas para conseguir sua mais completa 
formação orgânica antes da troca dos dentes, troca com que a mesma  natureza indica que 
terminou a estrutura básica.
Se parte das ditas forças são minadas por ser dedicadas a outras atividades, a 
força modeladora diminui de modo que a formação orgânica não pode levar-se a 
cabo em sua totalidade.

Cada letra, cada palavra com que se ensina a criança a ler ou escrever nesta idade, diminui
 a dita força vital cuja missão é construir. Debilita-se a base orgânica para a vida, pois é
 levada para outra direção, e diversifica-se a atividade da formação orgânica produzindo
mais tarde uma debilidade ou enfermidade em alguma parte do ser humano. Numa 
palavra, toda influência prematura pode conduzir eventualmente a uma posterior enfermidade 
na vida adulta.

Se pode impelir a criança a que aprenda a ler e escrever um pouco antes do normal, mas 
este esforço se pagará caro  mais tarde acelerando a dissecação (secamento) e rigidez 
dos membros. Além disso, esta pressa e aflição empurra criança para uma maturidade 
física prematura, angústia e restrição da alma e espírito, formando assim pessoas mais 
voltadas para o materialismo que para viver com plenitude pessoal. 
Devemos deter a criança em seu desejo de avançar apressadamente e aprender antes 
de seu devido tempo qualquer matéria escolar, para seu próprio bem no futuro. 
Toda criança tem certo desejo de aprender as letras, é normal, pois deseja imitar os 
adultos também nisso.

Igualmente deseja conhecer os números, mas esse aspecto da imitação deve ser restringido 
e controlado. Ajudamos mais a criança se desviamos temporariamente suas ânsias 
de aprender, pois assim ela guardará fresca sua força vital e será capaz de 
desenvolver-se melhor durante o resto de sua vida.
As forças construtivas normalmente terminam a primeira fase de seu trabalho com a 
segunda dentição, ficando livres para dedicar-se inteiramente a sua próxima tarefa 
construtiva no intelecto e na memória. 
Tudo foi promovido e previsto por uma sabedoria muito elevada e devemos melhor 
respaldá-la e honrá-la no lugar de tratar de mudar “algo” ao nosso desejo. Não é muito 
tarde para começar o aprendizado da leitura e escrita aos sete anos, pois só quando as 
forças formadoras estão livres é que podem dedicar-se ao aprendizado no seu curso normal, 
e a criança pode plenamente gozar de tal aprendizado. Devemos evitar que as crianças 
se lancem prematuramente a atividades para as quais não estão preparadas ainda pois 
temos de cuidar que seus corpos cresçam e se formem sem danos e entregar à 
sociedade homens íntegros, sinceros, positivos e verdadeiros, os quais sendo 
adultos, possuam um corpo sadio e apto, dotado de um espírito e uma alma 
que com prazer receberá o devido conteúdo de sua sorte.

Texto de Nora von Baditz, do livro: “Que es necessário a el niño”.  (Retirado do grupo Pedagogia Waldorf 
para a Família, no Facebook).


Fonte - http://arivieiracet.blogspot.com.br/

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